quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Voz e dados sustentarão a alta da rentabilidade entre as teles


 

 

 

No Brasil, faturamento da telefonia fixa ainda representa cerca de 30% do total do setor. Nos Estados Unidos uma pequena parcela da população usa o serviço.

 

Na perspectiva de o setor de telecomunicações repetir o crescimento de 8% previsto para este ano, e movimentar R$ 200 bilhões em 2013, os segmentos de voz e dados móveis tendem a puxar a rentabilidade das teles. Samuel Rodrigues, analista da consultoria IDC, destacou que os serviços de voz e dados móveis tiveram alta de 12% este ano devem puxar o desempenho de 2012. Já os serviços de voz fixa permaneceram estagnados.

 

"Os serviços móveis vêm compensando os fixos. Antes, o telefone fixo servia para alavancar a venda da banda larga. Hoje, é o contrário", afirmou. Ou seja, com os pacotes de serviços conjuntos, ao adquirir a banda larga o cliente acaba optando também pela telefonia fixa. Para Rodrigues, o faturamento bruto da telefonia fixa deve começar a cair nos próximos anos. Ao comparar o Brasil a mercados mais amadurecidos, ele aponta: "No Brasil o faturamento da telefonia fixa representa 30% do total. Nos EUA uma pequena parcela da população usa o serviço. A queda de faturamento neste segmento é irreversível. Só não aconteceu ainda em virtude do desempenho das autorizadas". Em termos do conjunto de serviços de banda larga, as projeções do IDC são de uma alta de 21% este ano: 26 milhões de acessos. Entre esta base, a banda larga fixa deverá crescer 20% e atingir 19 milhões de acessos, ao passo que a banda larga móvel terá alta de 25%, para 7 milhões de acessos. "Este ritmo de crescimento tende a se manter nos próximos anos". Em 2014, ano da Copa do Mundo no País, os serviços de telecomunicações devem crescer dois dígitos e, em 2015, o setor deverá gerar R$ 240 bilhões.

 

Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco, apontou que a tendência de queda da participação da receita de voz também impulsionou serviços de dados, que se tornaram uma fonte importante de receita para as operadoras. Durante a apresentação do Balanço Huawei de Banda Larga, ele apontou que a receita de dados representou 20,9% da receita líquida de serviços das operadoras no Brasil, no trimestre de 2012.

 

Este ano, os serviços de voz e banda larga (fixa e móvel), terá faturamento bruto de R$ 180 bilhões. Com o mercado aquecido, as empresas têm analisado como evitar a repetição de problemas que geram sanções da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Claro, TIM e Oi que já foram, aliás, impedidas de vender chips e planos de Internet durante onze dias em julho. Também tem sido cobrado delas que criem novas estruturas para dar conta da demanda de rede e conexão necessária à cobertura de eventos esportivos sediados no País a partir de 2013.

 

Banda larga

 

A expectativa da IDC é que o Brasil encerre o ano com 280 milhões de linhas móveis ativas, uma alta de 17% sobre a base do fim de 2011. O setor deverá manter média dos últimos anos e uma representatividade de 80% da base concentrada no pré-pago. Para o analista da IDC João Paulo Bruder, a infraestrutura atual é insuficiente, "mas, com a perspectiva de aumento do consumo as empresas terão de investir".

 

Em relação à América Latina, com base na taxa de câmbio do ano passado, o mercado brasileiro representou 54% do setor em todo o continente. A região deve movimentar US$ 200 bilhões.

Eduardo Tude explicou como as Olimpíadas elevam a demanda: "A rede usada em Londres tinha 4 vezes mais capacidade que a de Pequim. A rede chinesa trafegou 80% de voz e 20% de dados. Em Londres o valor projetado foi proporcionalmente inverso. Daqui a quatro anos, nos jogos do Rio de Janeiro, a demanda será maior. O tráfego de vídeo crescerá com os smartphones porque o público usará o celular para ver outras competições enquanto está dentro dos estádios".

 

Fonte: DCI – Comércio, Indústria e Serviços

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